A idade na qual você teve a primeira menstruação pode revelar como será sua saúde ao longo da vida, sugere estudo
Geralmente, a primeira menstruação de uma mulher, a chamada menarca, ocorre entre a faixa dos 10 e 14 anos. Estima-se que, mais de 95% de todas as meninas com 15 anos já passaram pela menarca, motivo pelo qual ela é considerada uma “data limite”, de acordo com informações do Diário de Biologia.
Depois dos 16 anos, se a jovem ainda não ficou menstruada, o ideal é procurar ajuda de um ginecologista. Por outro lado, se a menina menstruar de forma muito precoce, carregará alguns sinais que refletirão em sua saúde futura.
Depois dos 16 anos, se a jovem ainda não ficou menstruada, o ideal é procurar ajuda de um ginecologista. Por outro lado, se a menina menstruar de forma muito precoce, carregará alguns sinais que refletirão em sua saúde futura.
Menarca precoce
Ao longo dos últimos 150 anos, a idade para a menarca tem diminuído progressivamente. Durante o século 19, ela costumava ocorrer entre os 16 e 17 anos. Atualmente, essa fase tem se manifestado ainda mais cedo, com algumas meninas tendo a primeira menstruação aos 8-9 anos.
Fatores como mudanças na dieta ao longo das décadas, percentual de gordura, sedentarismo, exposição ao fumo, consumo de álcool, fatores socioeconômicos, estresse e etc., podem indicar o motivo por trás dessa tendência de redução de idade. Contudo, o fator considerado mais importante para isso é o de histórico familiar. Meninas cujas mães tiveram menarcas tardias, também tendem a passar pelo mesmo.
Diferença entre afrodescendentes
Em uma revisão feita em 1997 pela pesquisadora Marcia Herman-Giddens, e publicada pela Lucile Packard Foundation for Children’s Health, indicou-se que “15% das meninas afrodescendentes desenvolvem busto e pelos pubianos aos sete anos” enquanto que quase a metade delas aos oito anos. Portanto, costumam ter a menarca de forma precoce.
Uma hipótese apresentada em um estudo de 1999 sugeriu que níveis mais altos de um hormônio chamado IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1), que tem enorme influência sobre a rapidez com que envelhecemos e amadurecemos, podem estar relacionados à menarca precoce.
Menarca precoce = TPM severa
Um estudo feito por pesquisadores brasileiros e publicado nos Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz sugeriu que meninas cuja menarca ocorreu até os 10 anos apresentam mais sintomas de tensão pré-menstrual, incluindo irritação, ansiedade e depressão.
Os pesquisadores disseram ainda que esta relação poderia ser explicada pela ideia de que as meninas que menstruam mais cedo tendem a assumir maiores responsabilidades precocemente, como a preocupação com gravidez, por exemplo. No entanto, trata-se de apenas uma hipótese, e mais estudos são necessários para confirmá-la.
Problemas cardíacos
Um estudo feito pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, sugeriu que mulheres com ciclo menstrual antes dos 10 ou após os 17 anos apresentaram um risco maior de sofrer acidente vascular cerebral, problemas cardíacos e de hipertensão. Verificou-se ainda que elas tinham um risco 27% maior de serem hospitalizadas ou morrerem em razão de doenças do coração.
O risco foi consistente entre mulheres magras, em excesso de peso ou obesas. Ainda, verificou-se que os resultados foram os mesmos quando considerados fatores como tabagismo e condição socioeconômica.
Câncer de mama
Sugere-se que, se a menarca ocorreu antes dos 12, são necessários exames de câncer de mama com maior frequência. Estatísticas apontam que a menstruação precoce oferece um risco 20% maior de câncer de mama em algum ponto da vida. Desta forma, e por regras baseadas em estudos, a cada ano a mais que uma mulher menstrua antes da média, há um risco 5% maior de diagnóstico. O câncer de mama já foi associado à exposição precoce ao hormônio estrogênio.
Distúrbios psicológicos
Segundo um artigo publicado pela The Lancet, evidências sugerem que crianças em puberdade precoce estão em risco aumentado de desenvolver distúrbios psicológicos e “comportamentos delinquentes” quando adultos.
Sugeriram-se também evidências de problemas psicossociais, uma vez que as mudanças no corpo da criança podem gerar constrangimento entre os colegas. Logo, os efeitos dos homônimos tendem a ser devastadores para seu campo emocional.
Fonte:Jornal Ciência / Fotos: Reprodução / Diário de Biologia ]
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