GVT está sendo acusada por site pornográfico de impedir que seus usuários assistam os vídeos!
A denúncia foi postada, inicialmente, na rede social Reddit, por um usuário, e depois foi parar no Reclame Aqui, com tantos outros internautas “indignados”.
A acusação, apesar de parecer contraditória, pode ser incluída na prática ilegal de “traffic shaping”, que consiste na violação da neutralidade da rede,
ou seja, a operadora de internet precisa fornecer os dados de acordo com o que foi oferecido em contrato, sem limitar acessos ou realizar bloqueio de velocidade. Se um site pornô é contra os princípios de uma operadora, ela precisa fornecer o acesso ao usuário independentemente disso.
O print screen postado no Reddit mostrava um aviso que aparecia na página inicial do site de vídeos pornôs, que dizia: “GVT está filtrando sua reprodução de vídeo. Se você tem problema com reprodução de vídeo, não é culpa nossa. Entre em contato com o serviço Cliente GVT para saber mais detalhes de por que eles estão filtrando vídeos na internet”.
Já é possível encontrar diversas reclamações de usuários na internet sobre o caso, que não conseguiram acessar um dos maiores sites de pornografia da internet, mas a operadora ainda não se pronunciou oficialmente. Caso o ‘traffic shaping’ seja comprovado, a GVT poderia enfrentar um grande problema perante as normas do recente Marco Civil da Internet, que concede os direitos dos internautas em determinadas situações, adotando medidas legais por ações consideradas “fora da lei” no ambiente virtual.
O Marco Civil ainda necessita da regulamentação concedida pelo Poder Executivo, mas o texto legal já está em vigência e foi aprovado, garantindo a neutralidade. É possível ler, no artigo 9º, o repúdio ao tratamento diferenciado estipulado por tipo de conteúdo. Porém, dentro das exceções, provavelmente estará a defesa da GVT, no § 1º do mesmo artigo: “§ 1º A discriminação ou degradação do tráfego será regulamentada nos termos das atribuições privativas do Presidente da República previstas no inciso IV do art. 84 da Constituição Federal, para a fiel execução desta Lei, ouvidos o Comitê Gestor da Internet e a Agência Nacional de Telecomunicações, e somente poderá decorrer de: I- requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada dos serviços e aplicações”.
No fórum original da primeira reclamação, no Reddit, um dos participantes salientou que será difícil viabilizar a resolução deste caso: “Infelizmente vai ser impossível dialogar com o atendimento sobre isso. Não por ser xvideos – mas o que eles fazem é direcionar você a um site para teste de velocidade para mostrar que ‘está tudo OK’. Se você conseguir um escalonamento, aí dizem que é o servidor do site que você está tentando acessar que pode estar sobrecarregado e isso que causa a lentidão”.
Um outro integrante do fórum salientou que o desconhecimento das pessoas sobre seus direitos na internet e termos técnicos, pode ser um empecilho na resolução do problema: “Traffic shaping não é um termo conhecido pelo usuário médio, e as nossas operadoras cuidam para não chamar atenção quando fazem, então é difícil de comprovar e reclamar”.
O portal ProgramaçãoBR publicou uma interessante teoria que poderia refutar a questão de ‘orientação de conteúdo’ feita pela GVT e derrubar a ideia de traffic shaping ou algo do tipo. Segundo ele, a operadora poderia ter criado um redirecionamento dos usuários do Xvideos para um proxy dedicado. Isso serviria para otimizar o tráfego, justamente pelo fato do portal ser um dos endereços mais acessados no Brasil. Tanta demanda causaria um enorme peso à banda da operadora, e o bloqueio poderia ter sido apenas uma falha no processo.
Em resposta a um usuário, no Facebook, a GVT disse: “Não estamos filtrando nenhum conteúdo, a GVT não consegue visualizar o que o usuário está assistindo, e não interfere no uso da internet, já encaminhamos a situação para a área responsável fazer algumas verificações. Mesmo com a mensagem, você poderá acessar o site normalmente”.
Agora, os usuários aguardam por uma nota oficial da operadora e a resolução do problema.
Fonte:Jornal Ciência Foto: Reprodução / Xvideos
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