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Amamentar aumenta chances de asma nos bebês; entenda

Pesquisa americana concluiu que o leite materno é superestimado e que as condições sociais são mais determinantes à saúde das crianças


Uma pesquisa da Ohio State University, nos Estados Unidos, sugere que os benefícios da amamentação podem ser superestimados: o estudo afirma que o leite materno não é melhor do que os outros tipos do mercado e que provavelmente não interfere na saúde do bebê a longo prazo. As informações são do site inglês Daily Mail. 
A médica responsável pelo estudo, Dra. Cynthis Colen, diz que a intenção não é mudar conceitos estabelecidos, nem fazer campanhas contrárias à amamentação, mas, sim, ajudar as mulheres que, por algum motivo, não podem dar o próprio leite aos filhos a se sentirem menos estigmatizadas. Órgãos responsáveis pela saúde da maioria dos países incentivam a amamentação por ser um método natural, econômico e que previne os bebês de uma série de doenças nos primeiros meses de vida e ainda age a longo prazo na pevenção da obesidade, alergias, asma e diabetes.
Mas o estudo questiona estes dados e divulga que bebês alimentados pelas mães não têm comprovadamente menos chance de serem obesos, nem apresentam melhor desempenho na escola e, ao contrário, teriam mais chances de desenvolverem asma. ​"Muitos estudos anteiores não abarcavam diversos fatores que podiam influenciar o resultado, como raça, idade, histórico familiar, trabalho da mãe, coisas que sabemos que influenciam o aleitamento materno e também a saúde futura", explica a especialista. Segundo ela, as mães com maior escolaridade e salários mais altos tendem a ter horários mais flexíveis e costumam amamentar os filhos por períodos mais longos.
A pesquisadora explica que o estudo pretende mostrar que a amamentação vai muito além do ato de alimentar com o leite materno, mas envolve diversos outros fatores, a maioria sociais, que determinam ou não seu sucesso. "Não estou dizendo que a amamentação não é benéfica, pois ela é especialmente para a nutrição e imunidade dos recém-nascidos. Mas se querem melhorar isso e a saúde da criança, deviam também focar em outros coisas positivas a longo prazo, como subsídios de creches, melhores políticas de licença-maternidade para as mães e melhores chances de emprego às mulheres de baixa renda com filhos pequenos", afirma.
Ela analisou dados desde 1979 ao observar 8.237 crianças, a maioria irmãos que foram amamentados com leite materno ou não. O estudo mediu o IMC, níveis de obesidade, asma, hiperatividade, apego e comportamento com os pais, além de desempenho acadêmico, vocabulário, leitura, matemática, inteligência e competência escolar. Entre bebês de famílias diferentes, aqueles que receberam leite materno tiveram maior desempenho nos quesitos acima, mas a análise feita entre irmãos da mesma família mostrou pouca ou quase nenhuma diferença entre o filho que a mãe alimentou e o outro que consumiu outros tipos de leite.
Por isso, os estudiosos acreditam que os fatores sociais possam ser os responsáveis pelo desempenho melhor das crianças e não exclusivamente o alimento que receberam na primeira infância. "Se o aleitamento materno pode não ter o impacto que pensávamos que tinha a longo prazo na vida das crianças, é importante então analisarmos outras coisas. Precisamos ver a qualidade das escolas, dos empregos das mães e entender que amamentar pode ser muito difícil, até impossível, para alguns grupos de mulheres. E, ao invés de culpá-las por isso, devemos ser mais realistas sobre o que o leite materno faz e não faz", afirma Dra. Colen.
                                                                      Foto: Getty Images
                                                                         Fonte:Terra

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