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Caso irmão do MC Gui: energético aumenta risco de morte

Irmão de MC Gui teria tomado energético em excesso antes de morrer devido a parada cardíaca


Insônia, aceleração ou irregularidade dos batimentos cardíacos, irritabilidade e agitação são alguns dos efeitos colaterais associados ao excesso de ingestão de energéticos, e a discussão em torno da bebida volta a ser pauta depois da morte de Gustavo Matheus Castanheira Alves, de apenas 17 anos, irmão do funkeiro MC Gui.

A morte aconteceu na madrugada da última segunda-feira (21), devido a uma parada cardíaca. Em entrevista ao programa Cidade Alerta, da Rede Record, o pai Rogério da Silva Alves afirmou que o adolescente havia consumido energético em excesso antes de morrer.

Os especialistas alertam que, por serem ricas em cafeína, estas bebidas não devem ser consumidas à vontade, já que podem interferir na pressão arterial, gerar taquicardia e uma série de outros problemas. Geralmente, os energéticos são consumidos para deixar a pessoa mais alerta.


Alessandra Grisante, nutricionista especializada em Fisiologia do Exercício do Hospital 9 de Julho alerta também que os efeitos variam de acordo com a dose ingerida e a sensibilidade de cada um. “A quantidade que deixa o jovem eufórico, para um idoso hipertenso pode levar ao aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, com maior risco de morte", explicou.

Segundo Vladimir Schraibman, especialista em cirurgia geral e gastrocirurgia, do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, cada lata de energético equivale a três xícaras de café. “Por isso, o ideal é que a pessoa consuma, no máximo, uma lata e meia por dia, porque cafeína em excesso pode intoxicar o organismo, levando a náuseas, tremores, insônia, irritabilidade e zumbidos".

Na mira da vigilância
Alessandra cita a portaria nº 868/98 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que obriga os fabricantes de bebidas energéticas a informar no rótulo que enfermos e idosos devem evitar seu consumo. Segundo ela, isto ocorreu após a descoberta de algumas irregularidades, como excesso de vitaminas e falta de comprovação das funcionalidades (pontecializadora, estimulante, melhora do desempenho etc).
Nos Estados Unidos, depois de cinco mortes relacionadas ao consumo de energético, foi feita uma investigação sobre a segurança desse tipo de bebida. Segundo o site do jornal Huffington Post, embora o produto garanta um 'boom' de energia, ele traz, além do excesso de cafeína , muito açúcar e outros ingredientes que podem levar a sérios a efeitos colaterais já citados acima.

Veja a seguir os principais riscos das bebidas energéticas, listadas pelo site Huffington Post:

Cafeína“Há dois problemas no consumo excessivo de cafeína. Ela afeta diretamente o sistema nervoso central e pode levar à desidratação e perda de nutrientes solúveis em água que têm efeito calmante no sistema nervoso. Esse efeito combinado pode causar agitação, problemas de sono e potencialmente leva ao desenvolvimento de ansiedade crônica”, explica K. Steven Whitining, da Phonenix Nutritional.

Ingredientes energéticos
Muitos desses produtos contêm ingredientes como guaraná, açaí, taurina, ginseng, arnitine, creatina, inositol, ginkgo biloba e outros com efeito estimulante, que em excesso também podem causar problemas para a saúde. Porém, nem sempre o consumo de energéticos é negativo. “Tem sido mostrado que a taurina tem capacidade de melhorar a performance atlética. A mistura dessa substância também pode melhorar o desempenho mental, mas as pesquisas sobre o tema ainda são inconclusivas”, diz Amy Shapiro, da Real Nutrition.

Açúcar
O fato de as bebidas energéticas terem grandes quantidades de açúcar também pode ser responsável por outros problemas de saúde, principalmente para crianças e pessoas com risco de diabetes. Mesmo para os não diabéticos, a ingestão de altas doses de açúcar causa um pico de glicemia e, em seguida, traz uma exaustão ainda maior do que a sentida antes do consumo do produto. As versões sem açúcar contêm adoçantes artificiais, mas continuam a ter substâncias estimulantes e, portanto, não estão isentas de riscos.

Consumo infantil
“Esses produtos agem diretamente no sistema nervoso central, que no caso dos jovens não está completamente desenvolvido. Por isso, o energético pode causar danos a longo prazo”, alerta Whiting. Então, converse com o médico de seu filho sobre qual é a quantidade aceitável de cafeína que ele pode consumir.

Mistura com bebida alcóolica
Quando a bebida energética é misturada a álcool pode gerar ainda mais efeitos colaterais. Por isso, alguns estados norte-americanos, incluindo Nova York, proibiram esse tipo de combinação. “A cafeína aumenta a absorção do álcool aumentando o risco de intoxicação”, explica Shapiro. Embora muitas pessoas considerem que a cafeína irá eliminar o sono e deixá-las mais alerta quando alcoolizadas, elas não conseguem mudar o efeito do álcool sobre o cérebro.

Shot energético
Alguns shots prometem uma explosão de energia que ajudaria a pessoa a se manter alerta durante o dia todo. No entanto, apesar de normalmente não possuírem muito açúcar, esse tipo de produto não costuma especificar a quantidade exata de cafeína. “O problema desses produtos é que ninguém sabe realmente o quanto é demais”, defende Whiting. Segundo ele não há nenhum estudo específico a respeito da dose apropriada de cafeína e outras substâncias estimulantes. Os energéticos raramente vêm acompanhados de avisos ou precauções necessárias.

Pastilha energética
As pastilhas com cafeína oferecem tantos riscos quanto bebidas energéticas, porém são vendidas também a adolescentes e pré-adolescentes. “Esse tipo de produto provavelmente é absorvido ainda mais rápido pelo organismo, pois vai direto para a corrente sanquínea através da língua”, informa Shapiro.

Cápsula de cafeína
O risco do consumo deste tipo de produto aumenta ainda mais quando combinado a outras substâncias energéticas. “O problema é que muitas vezes as pessoas consomem mais de uma espécie de energético para ficar acordado. Tomam uma cápsula de cafeína, uma xícara de café, depois uma bebida energética...esse excesso é muito prejudicial”, esclarece Whiting.

                                                           Foto: Facebook / Reprodução

                                                                    Fonte:Terra

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