Mulher conviveu com tumor cerebral por 10 anos, até ele se espalhar por conta dos hormônios ao ficar grávida
Um dia depois de dar à luz a sua filha, a britânica Mel Hennessy, de 43 anos, foi subitamente acometida por dores de cabeça insuportáveis.
Os médicos acreditam que os tumores já existiam há 10 anos, e os hormônios produzidos durante a gravidez fez com que crescessem de forma agressiva, pressionando os nervos que resultaram em seus sintomas.
Três dias depois, em setembro de 2009, o lado esquerdo de seu rosto estava paralisado. Mel foi diagnosticada com a Paralisia de Bell, onde o nervo facial inflama após uma infecção viral.
Duas semanas mais tarde, a paralisia havia passado, mas a dor tinha retornado. “Eu estava exausta e mal podia cuidar da minha filha, Daisy. Então eu comecei a perder a visão do meu olho esquerdo”, relata Mel, que foi encaminhada para tomografia computadorizada. O exame revelou dois tumores cerebrais - um tão grande que se estendia desde atrás da orelha esquerda até a parte inferior do queixo e, em seguida, por sua espinha. O segundo tumor era menor e localizava-se ao lado direito do rosto.
"Se eu não tivesse ficado grávida, talvez os tumores teriam crescido demais e eu nem perceberia, sendo tarde demais”, relatou Mel.
Ela é um dos 14.000 britânicos diagnosticados com tumores cerebrais, anualmente. Nove pessoas morrem de tumores cerebrais a cada dia na Inglaterra e no País de Gales - eles são a maior causa de morte por câncer em crianças e menores de 40 anos, na Grã-Bretanha.
Um relatório da Cancer Research UK revelou que o tratamento de câncer que menos avança para melhorar a taxa de sobrevivência dos pacientes, é o cerebral. As taxas de sobrevivência para aumentaram apenas 7% entre 1970 e 2014, enquanto a maioria das outras taxas de sobrevivência de câncer dispararam.
Parte do problema é que pode levar meses, até mesmo anos, para serem diagnosticado, pois há poucas informações sobre eles, diz Sue Farrington Smith, chefe-executiva da instituição Brain Tumor Research. "A velocidade e a qualidade do diagnóstico do tumor cerebral são desiguais em todo o país. Este é um reflexo da falta de investimento e de conscientização sobre esta doença”, revelou.
Sabe-se que fatores de estilo de vida - como o uso de telefone celular, produtos químicos e exposição à radiação - podem ser fatores contribuintes para o desenvolvimento desses tumores.
O maior número de tumores cerebrais em adultos são devido a cânceres secundários se espalhando para o cérebro através da corrente sanguínea - particularmente a partir do câncer de mama, do pulmão e da pele.
Em março de 2010, Mel passou por uma cirurgia para remover 30% do maior tumor - a parte em torno de seu olho esquerdo - seguida de radioterapia.
A visão em seu olho esquerdo não pôde ser salva, pois o tumor já havia danificado o nervo óptico. “Eu ainda sinto muitas dores na cabeça, olhos e dentes", diz Mel, que realiza exames frequentes e está debilitada para voltar à sua rotina habitual de antes. “Sinto-me fraca e preciso dormir várias horas por dia. Eu preciso de uma babá para ajudar a cuidar de Daisy”, relata.
Os tumores pararam de crescer (o menor não necessita de cirurgia), mas ela pode precisar de outra operação caso o quadro se altere.
Isso ressalta a imensa necessidade de procurar auxílio médico, especialmente de um neurologista, sempre que sentir dores de cabeça ou dormência no rosto. A investigação é a melhor saída para prevenir ou descobrir a doenças nos estágios iniciais.
Foto: Divulgação/Fonte:Jornal Ciência
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