População não escova os dentes quanto deveria, diz estudo
Pesquisa mostra que, apesar de alegar que escovam os dentes três vezes por dia, as pessoas praticam esse hábito menos do que deveriam
Acreditando que o certo é escovar os dentes três vezes por dia, algumas pessoas dão essa resposta quando participam de testes em formas de questionário sobre a freqüência de sua higiene bucal. Porém, um estudo feito pela Faculdade de Saúde Pública, da USP, com testes práticos observou que essas respostas não estão de acordo com os hábitos reais da população do país.
A pesquisa foi divida em três partes. Em uma delas, foi aplicado um questionário sobre frequência de escovação em adolescentes de uma escola da Piracicaba, interior de São Paulo. Cerca de 73,7% responderam que escovam os dentes três ou mais vezes ao dia.
Porém, nas duas fases práticas, o resultado foi um pouco diferente. Primeiro, foi entregue um tubo de pasta de dente aos jovens participantes da pesquisa e verificada a quantidade de pasta de dente que cada um costumava colocar habitualmente em sua escova. Depois de um tempo, esse tubo usado foi recolhido para a análise levando em consideração a quantidade de pasta usada por escovação e os dias de teste. Desta vez, percebeu-se que apenas 55,3% dos jovens escovam os dentes três ou mais vezes por dia. É uma diferença de 18,4% entre o teste prático e o questionário.
“Esse resultado indicou uma superestimação da frequência de escovação estimada pela entrevista, resultado que fortalece a hipótese de que a convenção social pode exercer importante influência na resposta dos entrevistados, em que os pacientes relatam que escovam mais vezes os dentes do que realmente acontece na prática”, diz Luiz Felipe Scabar, responsável pela pesquisa.
Três vezes pode ser pouco
Esse resultado torna-se ainda mais preocupante quando se analisa quantas vezes de fato se deve escovar os dentes por dia. A maioria dos entrevistados relatou que escova os dentes três vezes por dia, acreditando ser essa a quantidade satisfatória indicada pelos dentistas. Porém, segundo Luiz Felipe, a quantidade certa vai depender de quantas refeições a pessoa faz diariamente. “Devemos realizar a higiene bucal sempre após cada refeição, portanto um paciente que se alimenta cinco vezes durante o dia deve realizar a higiene bucal, no mínimo, cinco vezes”, diz.
Frequência x escolaridade
A pesquisa também observou uma relação entre o uso de creme dental e os níveis de renda e escolaridade das pessoas. “Os resultados da pesquisa mostram que a frequência do uso do creme dental depende do nível de escolaridade de um dos pais ou de ambos. Ou seja, indivíduos com maior nível de escolaridade e melhor nível socioeconômico escovam mais os dentes e a maior porcentagem dos usuários de creme dental fluoretado pertence a um grupo socioeconomicamente mais favorecido”, diz o especialista.
Essas informações sugerem que crianças mais favorecidas apresentam mais fatores de proteção contra a cárie dentária, afinal, segundo o especialista, o creme dental com flúor é a estratégia mais apropriada para o controle e prevenção desse mal. “Diante desses resultados, é nosso dever trabalhar para melhorar o acesso ao atendimento e as informações sobre higiene bucal e mostrar a importância da rotina das visitas ao dentista para a população, em especial para as classes de menor renda. A distribuição equitativa de cremes dentais e estratégias intensivas para educação em saúde bucal deveriam ser consideradas a fim de diminuir o índice de cárie dentária”, diz Luiz Felipe.
Acreditando que o certo é escovar os dentes três vezes por dia, algumas pessoas dão essa resposta quando participam de testes em formas de questionário sobre a freqüência de sua higiene bucal. Porém, um estudo feito pela Faculdade de Saúde Pública, da USP, com testes práticos observou que essas respostas não estão de acordo com os hábitos reais da população do país.
A pesquisa foi divida em três partes. Em uma delas, foi aplicado um questionário sobre frequência de escovação em adolescentes de uma escola da Piracicaba, interior de São Paulo. Cerca de 73,7% responderam que escovam os dentes três ou mais vezes ao dia.
Porém, nas duas fases práticas, o resultado foi um pouco diferente. Primeiro, foi entregue um tubo de pasta de dente aos jovens participantes da pesquisa e verificada a quantidade de pasta de dente que cada um costumava colocar habitualmente em sua escova. Depois de um tempo, esse tubo usado foi recolhido para a análise levando em consideração a quantidade de pasta usada por escovação e os dias de teste. Desta vez, percebeu-se que apenas 55,3% dos jovens escovam os dentes três ou mais vezes por dia. É uma diferença de 18,4% entre o teste prático e o questionário.
“Esse resultado indicou uma superestimação da frequência de escovação estimada pela entrevista, resultado que fortalece a hipótese de que a convenção social pode exercer importante influência na resposta dos entrevistados, em que os pacientes relatam que escovam mais vezes os dentes do que realmente acontece na prática”, diz Luiz Felipe Scabar, responsável pela pesquisa.
Três vezes pode ser pouco
Esse resultado torna-se ainda mais preocupante quando se analisa quantas vezes de fato se deve escovar os dentes por dia. A maioria dos entrevistados relatou que escova os dentes três vezes por dia, acreditando ser essa a quantidade satisfatória indicada pelos dentistas. Porém, segundo Luiz Felipe, a quantidade certa vai depender de quantas refeições a pessoa faz diariamente. “Devemos realizar a higiene bucal sempre após cada refeição, portanto um paciente que se alimenta cinco vezes durante o dia deve realizar a higiene bucal, no mínimo, cinco vezes”, diz.
Frequência x escolaridade
A pesquisa também observou uma relação entre o uso de creme dental e os níveis de renda e escolaridade das pessoas. “Os resultados da pesquisa mostram que a frequência do uso do creme dental depende do nível de escolaridade de um dos pais ou de ambos. Ou seja, indivíduos com maior nível de escolaridade e melhor nível socioeconômico escovam mais os dentes e a maior porcentagem dos usuários de creme dental fluoretado pertence a um grupo socioeconomicamente mais favorecido”, diz o especialista.
Essas informações sugerem que crianças mais favorecidas apresentam mais fatores de proteção contra a cárie dentária, afinal, segundo o especialista, o creme dental com flúor é a estratégia mais apropriada para o controle e prevenção desse mal. “Diante desses resultados, é nosso dever trabalhar para melhorar o acesso ao atendimento e as informações sobre higiene bucal e mostrar a importância da rotina das visitas ao dentista para a população, em especial para as classes de menor renda. A distribuição equitativa de cremes dentais e estratégias intensivas para educação em saúde bucal deveriam ser consideradas a fim de diminuir o índice de cárie dentária”, diz Luiz Felipe.
Foto: Axl / Shutterstock/ Fonte:Terra
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