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Há mais de 5 trilhões de pedaços de plástico flutuando nos oceanos, totalizando 269 mil toneladas

Pesquisadores descobriram que mais de 5 trilhões de pedaços de plástico estão flutuando em oceanos ao redor do mundo, com um peso combinado de cerca de 269 mil toneladas.

Em um importante estudo publicado esta semana na revistaPLoS One, cientistas dos EUA, França, Chile, Austrália e Nova Zelândia descobriram que a poluição oceânica é, em grande parte, composta de plásticos de embalagem de alimentos, roupas e outros produtos.
Observaram também como os plásticos espalhados por todos os oceanos do mundo apresentam sérios riscos ambientais e de saúde em toda a cadeia alimentar. Como o Washington Postobserva, os seus resultados são equivalentes a cerca de 700 peças de plástico por pessoa na Terra.
O estudo foi baseado em dados coletados de 24 expedições oceânicas realizadas entre 2007 e 2013, tornando-a mais abrangente até o momento. Os pesquisadores observaram e reuniram dados sobre os plásticos a partir de 1.571 locais diferentes, antes de executar os seus dados através de um modelo para simular o volume e distribuição do material em todo o globo.
A maioria dos plásticos eram pequenos em tamanho, medindo menos de cinco milímetros. Essas peças entram na cadeia alimentar quando ingeridos por peixes, fazendo o seu caminho se cruzar com o dos seres humanos - através do consumo -, juntamente com todas as toxinas ou produtos químicos que carregam. Pedaços maiores, entretanto, representam riscos mais imediatos para a fauna marítima.
"Vimos tartarugas que comeram sacos plásticos e peixes que ingeriram linhas de pesca", relatou Julia Reisser, uma pesquisador da Universidade da Austrália Ocidental, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
"Mas há também impactos químicos. Quando o plástico entra na água ele age como um ímã para os poluentes oleosos. Peixes maiores comem os peixes pequenos e, em seguida, eles acabam em nossos pratos. É difícil dizer o quanto estamos ingerindo de poluição, mas certamente plásticos estão contribuindo", completou.
Os autores dizem que suas descobertas ressaltam a importância de ter um "plano de recuperação de 100 por cento" para remoção de plásticos, principalmente utilizando materiais ambientalmente inofensivos. Os fabricantes de plásticos dizem que concordam.
"Os fabricantes de plásticos dos EUA concordam plenamente que os plásticos espalhados de qualquer tipo não pertencem ao ambiente marinho", disse o Conselho Americano de Química, uma organização que representa os fabricantes de plásticos, em um comunicado divulgado logo após o lançamento do estudo.
O Conselho acrescentou que os plásticos devem ser reciclados "sempre que possíveis" e que eles devem ser tratados como "recursos valiosos" depois de terem sido usados.
Os autores do estudo observam que suas estimativas são provavelmente muito abaixo do volume real de plásticos em circulação no mundo. O estudo não leva em conta os plásticos espalhados ao longo de linhas costeiras ou já ingeridos por organismos. E, como eles apontam, as 250.000 toneladas estimadas representam "apenas cerca de 0,1 por cento da produção anual do mundo”.
Foto: Reprodução / Balloonsblow / assets.knowledge/Fonte:Jornal Ciência

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