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Novo dispositivo permite que as pessoas inalem álcool para ficarem bêbadas rapidamente

O “Vaportini” é um novo dispositivo polêmico que promete uma "forma revolucionária de consumir álcool”.


As pessoas podem usá-lo para acelerar os efeitos do consumo da bebida, sem as calorias, carboidratos ou impurezas que normalmente vêm com ela. O aparelho aquece o álcool a 60 ºC e permite que os usuários inalem o vapor através de um canudo. A estranha engenhoca pode ser comprado por apenas R$ 100 em um site americano.
Entretanto, inalar o álcool é tão ruim quanto parece. Professor Chris Day, da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, e assessor da Drinkaware (uma instituição de caridade que promove o consumo responsável), disse: "Inalar álcool é uma nova tendência, mas que ainda não existem dados científicos sobre os efeitos. Porém, tem o potencial de ser um fenômeno perigoso e, como tal, aconselhamos as pessoas a terem cuidado se decidirem experimentá-lo". O professor destacou também que o vapor ignora os mecanismos de defesa naturais do corpo, por isso tem a aparência de ser tão inseguro.

O professor Jonathan Chick, um psiquiatra de Edimburgo, está de acordo: "Há um maior choque no cérebro do que quando o álcool é tomado por via oral, porque o corpo não tem tempo de absorver praticamente nada e isso vai aumentar o risco de danos às células cerebrais. Assim, o método não pode ser chamado de mais seguro para os órgãos do corpo", disse ele. Ele ressaltou que há um risco acrescido na inalação, que é devido ao impacto direto sobre o cérebro, ou seja, o risco de instabilidade, queda ou comportamento impulsivo. O vapor também não chega a passar pelo estômago, que limita o consumo de álcool por meio de vômitos, tornando-se perigoso e inseguro.
Os pais estão sendo avisados sobre o dispositivo que aparentemente qualquer pessoa pode comprar online. "Ele é mal aconselhado para a experimentação entre os menores de 21 anos", disse o Dr. Thomas Greenfield, diretor do Centro de Pesquisa Nacional do Álcool da Califórnia. "Pode haver pessoas inexperientes em festas sob a pressão dos colegas, que podem utilizar deste método de consumo de álcool”.
Os riscos de segurança contra incêndios são uma das principais causas de preocupação, também, com o uso desses vaporizadores de álcool. Segundo o Corpo de Bombeiros de Londres,“produtos como o Vaportini poderiam levar a um aumento preocupante do número de pessoas queimadas, causando incêndios enquanto estavam bêbadas". Um porta-voz disse: "a Brigada acredita que o aquecimento do álcool dessa forma pode aumentar o risco de alguém provocar um grave incêndio que poderia destruir sua casa ou, pior ainda, matá-la".
Dr. Greenfield também acrescentou que não foram realizados estudos sobre os efeitos do vapor de álcool em seres humanos. Somente em ratos de laboratório e outros animais têm sofridos experimentos e essas criaturas têm mostrado altos níveis de intoxicação e dependência. E os adolescentes estão, em particular, em risco, porque o cérebro não está completamente formado e muito álcool pode afetar negativamente o seu crescimento.
Os criadores de Vaportini argumentam que é legal, apesar de existir um dispositivo semelhante chamado AWOL (álcool sem líquido), que é proibido em 22 estados nos Estados Unidos. O Vaportini foi inventado em 2009 por Julie Palmer, como um dispositivo novo para consumir álcool no Red Kiva, seu próprio bar. O dispositivo não promete zero efeitos colaterais e, na verdade, também alerta os usuários que "o álcool consumido por um Vaportini é detectado da mesma forma no sangue”.
Vários outros especialistas em drogas e consumo de álcool têm rejeitado a Vaportini, alegando ser um dispositivo prejudicial que precisa ser usado com maior vigilância. Entretanto, há aqueles que apóiam o dispositivo, bem como, Kevin Morse, presidente da Spirit Partners in Greensboro, Carolina do Norte, (a empresa que comercializa AWOL). "No fim das contas, é apenas uma nova forma para adultos desfrutarem de álcool de uma maneira diferente", disse ele.



                                                                           Foto: Divulgação
                                                                             Fonte:Jornal Ciência

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