Abertura da Copa das Confederações tem 23 presos, vaias à presidente Dilma e reclamação de torcedores em Brasília
67 mil pessoas lotaram o Mané Garrincha, mas população se queixou das regras das FIFA
Entre bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, torcedores tentam entrar no Estádio Mané Garrincha em BrasíliaGustavo Froner/Reuters
Primeiro grande teste brasileiro para a Copa do Mundo de 2014, a abertura da Copa das Confederações terminou nesse sábado (15), em Brasília (DF), com um saldo de 23 presos, muita reclamação e vaias da torcida brasileira à presidente Dilma Rousseff e ao presidente da Fifa (Federação Internacional de Futebol), Joseph Blatter.
Mais de 67 mil pessoas lotaram o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e o protesto começou durante o discurso inaugural da competição. Após a vaia, o chefe máximo do futebol mundial ficou visivelmente nervoso.
— Por favor, amigos do futebol, mostrem ter respeito e fair play.
Após a declaração, as vaias aumentaram ainda mais e diante do cenário, a presidente Dilma foi breve em sua fala.
— Declaro oficialmente aberta a Copa das Confederações 2013.
Mas alguns torcedores começaram se mostrar insatisfeitos horas do início do jogo começar. Os problemas começaram no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a cerca de 800 metros do estádio, local de retirada dos ingressos.
Mesmo com horário agendado, torcedores de fora de Brasília enfrentaram filas de pelo menos duas horas debaixo de sol quente e sem oferta de bebidas para comprar.
Isso porque a Fifa proíbe qualquer tipo de comércio nas imediações da arena, em um raio de dois quilômetros. Antes do início do jogo, a fiscalização apreendeu dezenas de camisas falsificadas e produtos como água, refrigerante e cervejaque iriam ser vendidos por ambulantes.
Manifestação
Na principal entrada do estádio, em frente ao Eixo Monumental de Brasília, uma das principais vias da cidade, os torcedores enfrentaram confusão e correria.
Um protesto contra os gastos do governo para a realização da Copa tumultuava a entrada dos torcedores. Para garantir a segurança, a polícia usou helicóptero, cavalaria, spray de pimenta, bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.
Uma manifestante de 16 anos foi atingida na cabeça por uma bala de borracha disparada pela polícia e precisou ser hospitalizada. Depois de receber atendimento médico ela foi liberada.
Depois da confusão, os manifestantes foram isolados em uma região mais afastada da entrada da arena para que os torcedores pudessem ter acesso aos portões. Pelo menos 23 pessoas foram presas.
Falta de comida
Algumas pessoas ficaram até uma hora na fila para passar pelo detector de metais. Depois de conseguirem entrar no estádio a reclamação foi contra os preços cobrados pelas bebidas e a falta de sanduíches em algumas lanchonetes.
Uma lata de cerveja nacional era vendida por R$ 9 e um sanduíche custava R$ 13. No início, a espera na fila durava cerca de 20 minutos, com o risco de não conseguir comprar o cachorro-quente, que acabou em alguns pontos de venda.
O funcionário público Reinato Guedes reclamou bastante da organização da Fifa e disse que não pretende ir a nenhum outro jogo. Ele conta que gastou R$ 1.000 para ir com o pai à abertura da Copa das Confederações, incluindo ingressos, transporte e bebidas.
O torcedor diz que precisava cumprir uma promessa que fez para o pai, que tem 70 anos e se recupera de uma cirurgia, mas agora vai assistir à Copa do sofá de casa.
— A Fifa fala mal do Brasil, mas a organização deles é muito pior. Fiquei uma hora na fila pra pegar ingresso no primeiro dia de entrega. Hoje fiquei uma hora para entrar no estádio. E agora ter que pagar R$ 13 em um sanduíche? Não volto mais!
As regras da Fifa para a venda de bebida alcoólica também não agradaram. A cerveja pode ser vendida somente até os 30 minutos do segundo tempo. Quem chegou ao bar depois e não conseguiu a bebida, como o funcionário público Iveraldo de Vasconcelos, saiu reclamando.
— A Fifa tem que entrosar com o cidadão. O cidadão é quem manda aqui. Pergunta se o nosso salário dá pra pagar esses preços?
Atendimento médico
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do DF, 56 atendimentos foram realizados durante o jogo nos postos de atendimento instalados no estádio e na Esplanada dos Ministérios, onde estavam sendo realizados shows gratuitos para a torcida.
Quatro pessoas foram levadas para Hospital de Base de Brasília por conta do confronto de manifestantes e policiais no Estádio Nacional. Todos foram liberados horas depois. Uma pessoa foi internada em estado grave com suspeita de overdose.
Entre bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, torcedores tentam entrar no Estádio Mané Garrincha em BrasíliaGustavo Froner/Reuters
Mais de 67 mil pessoas lotaram o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e o protesto começou durante o discurso inaugural da competição. Após a vaia, o chefe máximo do futebol mundial ficou visivelmente nervoso.
— Por favor, amigos do futebol, mostrem ter respeito e fair play.
Após a declaração, as vaias aumentaram ainda mais e diante do cenário, a presidente Dilma foi breve em sua fala.
— Declaro oficialmente aberta a Copa das Confederações 2013.
Mas alguns torcedores começaram se mostrar insatisfeitos horas do início do jogo começar. Os problemas começaram no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a cerca de 800 metros do estádio, local de retirada dos ingressos.
Mesmo com horário agendado, torcedores de fora de Brasília enfrentaram filas de pelo menos duas horas debaixo de sol quente e sem oferta de bebidas para comprar.
Isso porque a Fifa proíbe qualquer tipo de comércio nas imediações da arena, em um raio de dois quilômetros. Antes do início do jogo, a fiscalização apreendeu dezenas de camisas falsificadas e produtos como água, refrigerante e cervejaque iriam ser vendidos por ambulantes.
Manifestação
Na principal entrada do estádio, em frente ao Eixo Monumental de Brasília, uma das principais vias da cidade, os torcedores enfrentaram confusão e correria.
Um protesto contra os gastos do governo para a realização da Copa tumultuava a entrada dos torcedores. Para garantir a segurança, a polícia usou helicóptero, cavalaria, spray de pimenta, bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.
Uma manifestante de 16 anos foi atingida na cabeça por uma bala de borracha disparada pela polícia e precisou ser hospitalizada. Depois de receber atendimento médico ela foi liberada.
Depois da confusão, os manifestantes foram isolados em uma região mais afastada da entrada da arena para que os torcedores pudessem ter acesso aos portões. Pelo menos 23 pessoas foram presas.
Falta de comida
Algumas pessoas ficaram até uma hora na fila para passar pelo detector de metais. Depois de conseguirem entrar no estádio a reclamação foi contra os preços cobrados pelas bebidas e a falta de sanduíches em algumas lanchonetes.
Uma lata de cerveja nacional era vendida por R$ 9 e um sanduíche custava R$ 13. No início, a espera na fila durava cerca de 20 minutos, com o risco de não conseguir comprar o cachorro-quente, que acabou em alguns pontos de venda.
O funcionário público Reinato Guedes reclamou bastante da organização da Fifa e disse que não pretende ir a nenhum outro jogo. Ele conta que gastou R$ 1.000 para ir com o pai à abertura da Copa das Confederações, incluindo ingressos, transporte e bebidas.
O torcedor diz que precisava cumprir uma promessa que fez para o pai, que tem 70 anos e se recupera de uma cirurgia, mas agora vai assistir à Copa do sofá de casa.
— A Fifa fala mal do Brasil, mas a organização deles é muito pior. Fiquei uma hora na fila pra pegar ingresso no primeiro dia de entrega. Hoje fiquei uma hora para entrar no estádio. E agora ter que pagar R$ 13 em um sanduíche? Não volto mais!
As regras da Fifa para a venda de bebida alcoólica também não agradaram. A cerveja pode ser vendida somente até os 30 minutos do segundo tempo. Quem chegou ao bar depois e não conseguiu a bebida, como o funcionário público Iveraldo de Vasconcelos, saiu reclamando.
— A Fifa tem que entrosar com o cidadão. O cidadão é quem manda aqui. Pergunta se o nosso salário dá pra pagar esses preços?
Atendimento médico
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do DF, 56 atendimentos foram realizados durante o jogo nos postos de atendimento instalados no estádio e na Esplanada dos Ministérios, onde estavam sendo realizados shows gratuitos para a torcida.
Quatro pessoas foram levadas para Hospital de Base de Brasília por conta do confronto de manifestantes e policiais no Estádio Nacional. Todos foram liberados horas depois. Uma pessoa foi internada em estado grave com suspeita de overdose.
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