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Células-tronco descobertas na pele podem ajudar na prevenção do câncer


Fenômeno da multiplicação dessas células pode explicar também porque a pele envelhece com o passar dos anos
Foto: Getty Images

Até hoje os cientistas não concordavam sobre como se dá a constante regeneração da pele, mas uma nova pesquisa da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, pode ter encontrado a resposta. A teoria defendida pelos engenheiros e biólogos, que trabalharam em parceira com a empresa Procter & Gamble, é  que a pele tem células-tronco instaladas em sua camada mais baixa que ficam "adormecidas" até que, por algum motivo, sejam convocadas a acordar e iniciar a multiplicação, fato que pode justificar a constante renovação do maior órgão do corpo humano.
O resultado foi obtido depois que as três teorias mais difundidas sobre a regeneração da pele foram testadas durante três anos em um modelo computadorizado que simula a biologia das camadas da pele humana. Duas delas falharam e apenas a aplicação de uma teoria chegou ao fim deste período com resultados satisfatórios. 

"A teoria que parece melhor se encaixar é que a pele tem uma população de células-tronco adormecidas, estabelecidas na última camada da pele, mas que não estão constantemente se dividindo. E, quando a pele for danificada ou então quando o número das células maduras em bom estado forem diminuindo, estas células são 'acordadas' para, através da multiplicações, formarem inúmeras novas células. Este mecanismo explicaria o motivo da pele estar em constante regeneração apesar de qualquer condição adversa", explica o Dr. Xinshan Li, responsável pela pesquisa. 
O estudo observou ainda que o corpo perde estas células adormecidas gradualmente ao longo do tempo, o que justificaria a redução da habilidade de regeneração com o avanço da idade. "Toda vez que acordamos estas células, para cicatrizar uma ferida ou substituir células mortas, algumas delas não voltam a "dormir" novamente, o que reduz a população destas células-tronco. Isso explicaria porque peles de pessoas mais velhas têm cicatrização mais lenta e, em parte, explica também porque a pele muda com o passar do tempo. Assim, conhecendo estes mecanismos melhor, podemos encontrar formas de combater os efeitos no envelhecimento na pele", afirma o estudioso.
O modelo computadorizado da pele é a maior evolução da ciência para o estudo deste órgão e, ao contrário dos métodos tridimensionais e da coleta de pele humana convencional, que permitem o estudo apenas por semanas ou meses, este novo método faz com que os efeitos na pele sejam observados e acelerados, simulando o passar de anos e até de décadas. Este fator é de especial importância para estudos que ajudem na prevenção e no tratamento do câncer de pele.
Foi observado também que os efeitos dos raios UV ao longo dos anos ou ferimentos crônicos podem fazer com que estas células-tronco que estão adormecidas abriguem algum tipo de mutação e, quando elas se multiplicarem, poderão dar origem a um tumor. "As células-tronco podem guardar mutações por muitos anos sem nenhum efeito para o corpo, mas desde que não se multipliquem", explica o responsável pelo estudo.
"Estudar este fenômeno pode possibilitar maneiras de prevenir a multiplicação das células com mutação e reduzir as chances de desenvolver câncer de pele", complementa Dr. Xinshan Li. Outras partes do corpo, como os revestimentos do pulmão e do intestino e mesmo a córnea, também se regeneram como a pele, por isso, os pesquisadores já começaram a estudar se o fenômeno das células-tronco também se aplica a estes órgãos.
saude.terra

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