Mais Médicos: número de inscritos com dados errados supera 45%
Os candidatos têm até domingo para corrigir as informações. Ministro diz que 'número chama a atenção', mas evita falar em sabotagem
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira que dos 18.450 médicos inscritos no programa Mais Médicos, 8.307 apresentaram número do registro profissional (CRM) errado. Apesar de representar um percentual de mais de 45% dos candidatos, o ministro evitou confirmar uma "sabotagem" ao programa, o que já havia sido cogitado pelo governo.
Durante as duas semanas em que o edital esteve aberto, o Ministério da Saúde recebeu denúncias de que grupos se mobilizaram nas redes sociais para boicotar e inviabilizar o programa Mais Médicos. A possível sabotagem consistia em gerar alto número de inscrições e, em seguida, provocar desistência em massa, com a intenção de atrasar o cronograma do programa.
"O que chama atenção é o alto número de CRMs inconsistentes. Depois da meia-noite de domingo vamos saber o que de fato houve", disse Padilha, ao afirmar que foi verificado - pelo cruzamento de dados dos CPFs dos inscritos - que outros 1.270 médicos bolsistas de residência também se inscreveram no programa. Segundo Padilha, se houver mesmo a inteção de participar do Mais Médicos, esses profissionais terão de abrir mão da especialização.
Padilha ainda afirmou que o número de inscritos superou a expectativa. "Vamos deixar bem claro que este é o primeiro mês de seleção. Foram apenas 15 dias de inscrições", disse, ao destacar que no dia 15 de cada mês serão abertas novas chamadas para brasileiros e estrangeiros fazerem a inscrição. "Nossa expectativa foi cumprida. São 18 mil inscritos, para a necessidade de 15 mil vagas".
O ministro também falou que do total de inscritos, mais de 1,9 mil são estrangeiros. Foram registradas candidaturas de profissionais de 60 países. Lidera a lista a Espanha, seguida de Argentina e de Portugal. Questionado por jornalistas, Padilha disse que não tinha dados sobre a participação de médicos formados em Cuba e anunciou que após as inscrições individuais vai definir uma parceria com governos e universidades estrangeiras para a vinda de grupos de médicos. Um convênio com o governo cubano para a "importação" de 6 mil médicos não foi descartada.
Participação dos municípios
O ministro exaltou a adesão dos municípios ao programa. Segundo o balanço, 3.511 municípios brasileiros se inscreveram no programa, o que corresponde a 63% do total. Ele disse que nas regiões mais carentes de profissionais, como o Norte e o Nordeste, a participação também superou as expectativas. A maior adesão foi do Estado de Amazonas, com 97% das cidades participantes. "A adesão foi de mais de 90% dos municípios prioritários", afirmou Padilha.
O ministro exaltou a adesão dos municípios ao programa. Segundo o balanço, 3.511 municípios brasileiros se inscreveram no programa, o que corresponde a 63% do total. Ele disse que nas regiões mais carentes de profissionais, como o Norte e o Nordeste, a participação também superou as expectativas. A maior adesão foi do Estado de Amazonas, com 97% das cidades participantes. "A adesão foi de mais de 90% dos municípios prioritários", afirmou Padilha.
Lançado por medida provisória, o programa Mais Médicos tem como meta levar médicos para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil. O Mais Médicos ainda prevê a possibilidade de contratar profissionais estrangeiros para trabalhar nessas regiões carentes, apesar de brasileiros terem prioridade na seleção. A ampliação do número de vagas em cursos de medicina e da residência médica também faz parte dos objetivos do programa.
ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS' |
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa. |
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais. |
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. |
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios. |
- Criação de 11,5 mil novas vagas de Medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o país, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS). |
Cronograma
Até o dia 28, os médicos brasileiros que aderiram ao programa poderão escolher os municípios onde querem atuar pelo site www.saude.gov.br. Em 1º de agosto será divulgada a relação de profissionais com registro profissional no Brasil que terão de homologar a participação e assinar um termo de compromisso até 3 de agosto. Dois dias depois, as escolhas serão validadas no Diário Oficial da União. As vagas remanescentes serão divulgadas em 6 de agosto.
Até o dia 28, os médicos brasileiros que aderiram ao programa poderão escolher os municípios onde querem atuar pelo site www.saude.gov.br. Em 1º de agosto será divulgada a relação de profissionais com registro profissional no Brasil que terão de homologar a participação e assinar um termo de compromisso até 3 de agosto. Dois dias depois, as escolhas serão validadas no Diário Oficial da União. As vagas remanescentes serão divulgadas em 6 de agosto.
O processo de escolha nesta segunda etapa vai até 8 do mesmo mês e os resultados serão publicados em 13 de agosto.
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